"Cada vez que nós somos levados a qualificar uma cultura humana de inerte ou estacionária devemos então nos perguntar se este imobilismo aparente não resulta da ignorância na qual nós estamos sobre seus interesses verdadeiros, conscientes ou inconscientes, e se, tendo critérios diferentes dos nossos, se esta cultura não é, em relação a nós, vítima da mesma ilusão.
A civilização ocidental é inteiramente voltada, há dois ou três séculos, para a disponibilização para o homem de meios mecânicos cada vez mais possantes. Se se adota este critério, faremos da quantidade de energia disponível por habitante a expressão do maior ou menor grau de desenvolvimento das sociedades humanas. A civilização ocidental, sob sua forma norte-americana, ocuparia o primeiro lugar, as sociedades européias viriam em seguida, e no fim da fila, uma massa de sociedades asiáticas e africanas, que se tornariam rapidamente indistintas...
...Se o critério adotado tivesse sido o grau de aptidão a vencer os meios geográficos mais hostis, não há dúvida que os esquimós, de um lado, e os beduinos do outro, seriam os vencedores..."
Race et Histoire, Claude Lévi-Strauss (28/11/1908-30/10/2009)
Não é absolutamente a essência do relativismo cultural?
sábado, 7 de novembro de 2009
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