segunda-feira, 5 de outubro de 2009

O Relativismo e a Abertura de Mente

[Desde já muito obrigado pelo convite, Francisco. Vou tentar manter-me à altura do blog. Boa sorte para todos ;)]

A corrente do verdadeiro relativismo caracteriza-se pelo facto de não existirem quaisquer verdades absolutas. Isto é, o que é verdade para mim é-o apenas e somente para mim, tanto que essa verdade não deve ser imposta a ninguém nem considerada superior a qualquer outra. E isto aplica-se também ao próprio relativismo.
Entramos, então, num ponto sensível deste tipo de correntes de pensamento - todas as verdades são relativas, dependendo da pessoa, do enquadramento cultural e histórico de cada um. Logo, todas as verdades têm a mesma validade, até mesmo as verdades de uma pessoa que tenha uma mente fechada e que ache o relativismo errado. Um verdadeiro relativista não pode censurar alguém que diga que o relativismo está errado e que só ele está certo, e isso por vezes é o mais complicado de atingir.

Assim, como verdadeiro relativista que me considero, afirmo que, para mim, todos somos iguais. Independentemente da cor, credo, língua ou sexo, todos valemos o mesmo, na minha opinião. Não censuro, no entanto, Hitler ter apregoado a superioridade da raça ariana, pois essa era a sua verdade. Posso censurar - e censuro -, sim, o facto de ele ter atentado contra a liberdade individual e integridade física de judeus, deficientes, homossexuais, ciganos e outros.


E pronto, por hoje é isto. Espero que tenha feito sentido :)

7 comentários:

  1. Esta "relativamente" certo! Só não concordo com o que disse sobre Hitler. Ele só usou essa tese para atingir objetivos políticos e pessoais. Nem ele deveria acreditar no que pregava! Apesar de nunca ter sido um "moderado"...srsrs

    ResponderEliminar
  2. Obrigado pelas palavras de agradecimento.


    Quanto ao texto, todos nós temos também a nossa verdade absoluta.

    Mas para aqueles que não abdicam desse poder, o relativismo não existe.
    Até porque normalmente quem tem esse tipo de atitude, são pessoas com poder.
    E usufruem desse poder de maneira exacerbada e displicente.

    Daí que nos tempos modernos podemos falar em relativismo e absolutismo.
    Como nos tempos da Monarquia. Alguns eram absolutos , outros menos.
    Veja-se o exemplo de Luis XIV , o Rei Sol

    ResponderEliminar
  3. Não estive lá para ver, no entanto também não digo que essa tese não seja verdadeira.
    Mas foi só para dar um exemplo - se Hitler acreditava que a raça ariana era superior, pois não o censuro. O que censuro é o atentado contra a integridade física e liberdade pessoal das vítimas dele e da Segunda Guerra Mundial.

    ResponderEliminar
  4. Francisco,
    Acho que é exactamente isso que disseste. Uns abdicam das suas verdades (ou ao menos põem-nas num pé de igualdade com as outras), outros não.

    ResponderEliminar
  5. Iguais mas todos diferentes, e não é só a raça, ou lingua ou sexo, até ao olharmos para nossos membros, exemplo da mão, não são iguais.
    Na relatividade sempre existe lacunas, e não devemos criticar este ou aquele só porque não enxerga a relatividade ao nosso ponto, porque o que pode ser para mim amarelo, aos olhos de outro poderá ser verde, e contra isso, não devemos ir contra.
    No entanto, relatividade nesse campo, é dizer os motivos porque as cores são diferentes e explicar a razão, e quando é aceite, o relativismo das coisas dão asas de aceitação.

    Em relação a Hitler, esse senhor não era igual a ninguém. :(((

    É a primeira vez que aqui venho com um comentário assim, mas este espaço está interessante, parabéns. :)

    Um abraço desde Leiria.

    ResponderEliminar
  6. Mas o relativismo é muito para além disto.

    Até poderiamos expor que nem mesmo no relativismo há verdades absolutas.

    Mas isso é demasiado simples.

    A ciencia e a filosofia sao mais complexas e lançam questões...

    ResponderEliminar
  7. Parece que somos colegas de blogue Francisco. Incrivelmente estivemos juntos em Coimbra, trocamos endereços de blogues e esquecemos os espaços onde colaboramos! eh eh eh: melhor dizendo, se da minha parte tivesse tido mais atenção aos contribuidores deste espaço, certamente me lembraria na espessa atmosfera aconchegante do TAGV que és meu companheiro de investidas intelecto-relativistas. E por tocar no TAGV, o Francisco Castelo Branco amanhã deverá colocar um post a publicitar no blogue "Olhar Direito" a revista Confraria.

    Abraço

    ResponderEliminar